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Reforma Tributária

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Preparação 2026: plano prático para a Reforma Tributária

Preparação 2026: plano prático para a Reforma Tributária

By Beorange

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17 de novembro de 2025

17 de novembro de 2025

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Empresas de todos os portes e setores sentirão os efeitos da Reforma sobre o consumo. O impacto é maior onde a complexidade operacional é mais intensa, como em organizações no Lucro Real e no Lucro Presumido, que precisam revisar cadastros fiscais, políticas de crédito e rotinas de conciliação. Negócios do Simples que atendem empresas passam a competir em um cenário no qual o crédito do cliente importa na decisão de compra. Setores intensivos em serviços convivem com menor base de crédito e, por isso, devem antecipar simulações de margem e ajustes contratuais. Em todos os casos, a governança de dados fiscais deixa de ser suporte e torna‑se determinante para a margem.

O que muda na prática para a operação

A lógica de não cumulatividade torna o crédito mais amplo, porém dependente de documentação idônea, classificação correta e vínculo claro com a atividade econômica. A convivência entre o modelo atual e o novo, de 2026 até 2032, aumenta o volume de regras e exceções. Isso pede versionamento de cálculo por data e natureza de operação, reconciliações diárias entre livros e um rastreamento completo entre faturamento, escrituração e contabilidade. A Nota Fiscal eletrônica e a Nota Fiscal de Serviços em padrão nacional passam por ajustes de leiaute e validações adicionais. Sem ambiente de homologação ativo, o risco de rejeições, retrabalho e atraso no faturamento cresce. Além disso, a extinção da DCTF, com consolidação na DCTFWeb, altera rotinas e prazos que precisam ser refletidos no calendário fiscal da empresa.

Como estruturar a preparação por área

Fiscal e Tributário

A primeira entrega é a política de crédito do IVA, que define o que pode ser creditado, as evidências mínimas e os responsáveis por cada etapa. Em seguida, uma esteira de validação técnica do XML antes da escrituração reduz glosas ao conferir classificação fiscal, códigos de operação, alíquotas, identificação do emitente e vínculo contratual. Conciliações com foco em entradas e saídas, devoluções com vínculo, remessas para industrialização, transferências entre filiais e operações interestaduais precisam de relatórios objetivos e prazos de correção. Uma matriz de risco por fornecedor, item e tipo de erro dá visibilidade ao que corrói o crédito silenciosamente.

Contábil

O plano de contas e os centros de custo precisam refletir a granularidade necessária para enxergar créditos e débitos por família de produtos ou serviços. O fechamento passa a exigir um alinhamento um para um entre livros eletrônicos, saldos de crédito e lançamentos, com checklist de responsáveis e evidências. Quando a contabilidade enxerga o mesmo que o fiscal, a margem deixa de oscilar por ruído operacional.

Financeiro

Simulações de margem por SKU, serviço e cliente mostram onde a alíquota efetiva pressionará preços. O fluxo de caixa deve projetar saldos de crédito, prazos de recolhimento e necessidade de capital de giro, evitando apertos por falta de previsibilidade. Contratos comerciais e de fornecimento pedem cláusulas de reequilíbrio tributário claras, com gatilhos objetivos para repasse, mantendo a relação com clientes e parceiros em bases transparentes.

Compras

A avaliação de fornecedores deixa de ser apenas preço e prazo. Documentos idôneos, envio de XML no tempo certo e capacidade de retificação tornam‑se critérios de qualificação. Contratos precisam prever consequências para recorrência de erros e um plano de substituição quando o risco se torna sistêmico. Cadeias formais e bem documentadas passam a valer tanto quanto custo unitário.

Comercial

O repasse não é linear. A política de preços deve considerar mix, elasticidade, comportamento do segmento e posição competitiva. Propostas e contratos precisam refletir as novas exigências de faturamento e a possibilidade de ajuste por mudança tributária. Em mercados B2B, a preferência por fornecedores que permitem aproveitamento de crédito afeta diretamente a conversão.

TI, ERP e Emissores Fiscais

A agenda técnica inclui novos campos de NF‑e e NFS‑e, códigos de operação, regras de validação e integração estável entre ERP, fiscal, contábil e conciliadores, além de logs de auditoria e monitoramento ativo de rejeições. O ambiente de testes deve usar massa de dados realista e cenários de exceção, porque é ali que as falhas costumam aparecer, antes de gerar custo em produção.

Decisões estratégicas que não podem esperar

A convivência entre modelos exige que a empresa opere dois mundos em paralelo. Sem regras claras de versionamento por data e tipo de operação e sem reconciliação diária, o risco de glosa, divergência contábil e distorção de margem aumenta. O crédito está disponível, mas depende de trilha documental robusta; não basta somar percentuais. No front comercial, quem vende para empresas precisa avaliar a estratégia no Simples com lupa. Em carteiras onde o crédito do comprador é decisivo, a alternativa de recolher por fora em operações específicas pode preservar competitividade, mas essa não é uma decisão genérica. Cada linha, cliente e canal pedem simulações próprias. Para empresas expostas ao Imposto Seletivo a partir de 2027, a análise de portfólio, o comportamento da demanda e os caminhos de posicionamento devem entrar no planejamento ainda em 2025, evitando pressões abruptas de preço no ano seguinte.

Cronograma de referência para 2026 em diante

O ano de 2026 inaugura a convivência de sistemas, a atualização de leiautes dos documentos fiscais e o uso consolidado da DCTFWeb. A prioridade interna é a parametrização completa, a execução de pilotos com dupla escrituração, a governança de cadastros e a maturidade de testes. Entre 2027 e 2029, o caminho é escalar processos, acompanhar indicadores de crédito em tempo real e acertar o compasso de repasses contratuais. De 2030 a 2032, a agenda migra para otimização de margem e eficiência operacional, já com a disciplina consolidada.

Indicadores que mostram se o plano está funcionando

A direção precisa enxergar, mês a mês, o percentual de crédito aproveitado frente ao elegível, o valor glosado por motivo, a incidência de rejeições de documentos por regra de validação, o tempo de resolução de incidentes e o efeito da alíquota efetiva na margem por família de produtos ou serviços. O inventário de pendências de cadastro revela se a base de dados está madura o suficiente para sustentar a não cumulatividade.

Tabela de referência para orientar o time

Aspecto
Sistema atual
VA Dual (CBS + IBS)

Créditos

Critérios restritos e dispersos

Crédito amplo condicionado a documentação e vínculo

Escrituração

Modelos diversos por tributo

Convivência de 2026 a 2032 com versionamento de regras

Documentos fiscais

Leiautes vigentes

Novos campos, validações e NFS‑e em padrão nacional

Preço e contratos

Regras atuais e reequilíbrios pontuais

Cláusulas de reequilíbrio e repasses sustentados por dados

Governança

Cadastros e auditorias esporádicas

Data governance contínua orientada a crédito

Conclusão

A janela de 2026 é curta para quem ainda não iniciou a adequação. Empresas que tratam a Reforma como projeto transversal, com política de crédito clara, cadastros íntegros, documentos sem rejeições, simulações de margem e testes contínuos, chegam à convivência de sistemas com segurança e mantêm vantagem competitiva. O próximo passo é transformar este roteiro em cronograma, designar responsáveis e começar pelos pilotos, porque a maturidade que o mercado exigirá no início de 2026 não se constrói em poucas semanas.

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